Até mesmo em meio a este meu profundo silêncio, Sem conseguir pronunciar a ti todas as minhas mais íntimas palavras, Carreguei dentro do peito e dos meus olhos este doce mistério, Pressentindo que pelos ventos daquela estrada, tu te aproximavas com ternura...
Até mesmo na cegueira insana do meu raciocínio, Embalada pela tua lembrança não tão distante, Atravessei todos os tempos em meio ao vazio, Acreditando que sempre estive esperando por ti...
Até mesmo das vezes em que da vida me despedi, Agarrada ao teu pensamento já tão preso ao meu, Ressurgi em outra forma, em outra era, Crendo ainda que em algum lugar ainda estavas...
Até mesmo dos momentos que descobri não serem nossos, Atrelada a tua alma na minha, Percebi que esta dor tão profunda e longa, Iria um dia se findar...
Voltastes de uma longa espera, Surgistes do nada, Navegastes em minha direção, És finalmente o meu bálsamo, E hoje não existe mais razão, Para que eu não te diga, o quanto te amo
A quem fez meu coração cativo, me amarrou Nesta prisão onde até teus álibis silencio Já que sei de cor, onde teu caminhar te levou
Se chegas, produzes um arco Iris em mim Tua ausência rascante é depressa suprida O nevoeiro se esvai, viçando nosso jardim Brilham olhos tristes, esquecem a dor sentida
Sai recolhendo os pedaços, na casa abandonada Exorciza os fantasmas que arrastam correntes Na solidão das noites, pensamentos dolentes
Viajam ate você, olhos perdidos no nada Veias cantam poemas, falam desta saudade Ao entrar pela porta, os versos viram verdade