quarta-feira, 5 de março de 2014

UMA NOITE E UM PEDAÇO DE POLIÉSTER

declamo-te
arrancando tudo de dentro
como se fosse uma emergência
gritando-te até acabar
com todas as portas abertas
apagando uma vela

desfaço-te]
fatiando-te em pensamento
celo a calma

cremo-te
com dois gravetos e um rolo de barbante
pelas prateleiras, pelo peito

escolho um lado
encomendo uma lua
colunas gregas
varandas cercando a casa
arrasto-te como barulho
apago-te com os lábios
viciando-te pela chuva

... por uma noite 
sossegando-te... até enlouquecer
entre os dedos

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