sexta-feira, 13 de setembro de 2013

_NÃO ME PERTUBES.._

Não me perturbes.

Quero reclinar o meu peito no regaço da terra

descer num casulo de luz pairar como a bruma 
na urze calada e perfumada da serra.

E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.

Na criança adormecida em mim
ficam as pegadas na presença dos silêncios,  
nos diálogos e gestos escritos na areia polida 
das minhas palavras.
E não perturbes o meu silêncio
que dorme nas folhas das minhas mãos.
Não perturbes estas folhas que rodeiam o meu corpo 
povoando esta alma de música que ninguém ouve.
Não quero miscelâneas no meu poente.
Quero nascer os olhos em bocas de alegria.
Deixa ser-me criança, vestir de novo esta fantasia.

E não per tur bes o meu son ho.
Quero adormecer a noite enganar a lua
morrer o passado nesta inquietação
desta 
chama
nua

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