quarta-feira, 27 de maio de 2015

Aliança do amor.


Aliança de Amor

Você ergue o dedo mostrando assim
O caminho que eu devo seguir
Você sorri de uma forma tão linda
Dizendo que estará por ali
Guardei tanto tempo o segredo do cofre
Você o desvendou e me faz tão feliz

Uma circunferência, um poema, uma foto
Tudo anuncia o que eu quero dizer
O sono das flores, o diadema de cores
Tudo anuncia o que eu quero dizer
O mistério e seus inúmeros formatos
Residem na aliança de amor que fiz pra vc

Estenda teu braço pra mim
Então pegarei suavemente na tua mão
Pra colocar no teu dedo
Uma aliança imensa de amor
Que o meu próprio coração
Preparou com ternura pra ti

Tu vinhas.

Tu Vinhas

Não me fizeste sofrer 
mas esperar. 

Naquelas horas 
emaranhadas, cheias 
de serpentes, 
quando 
a alma me caía e eu me afogava, 
tu vinhas-te aproximando, 
tu vinhas nua e arranhada, 
tu chegavas ensanguentada ao meu leito, 
noiva minha, 
e então 
caminhávamos toda a noite dormindo 
e, quando acordávamos, 
estavas intacta e nova, 
como se o vento grave dos sonhos 
acendesse de novo 
o fogo da tua cabeleira 
e em trigo e prata submergisse 
teu corpo até torná-lo deslumbrante. 

Eu não sofri, meu amor, 
esperava-te apenas. 
Tu precisavas de mudar de coração 
e de olhar 
depois de tocares a profunda 
zona do mar que meu peito te entregou. 
Precisavas de sair da água 
pura como uma gota erguida 
por uma onda nocturna. 

Noiva minha, tu precisaste 
de morrer e de nascer, eu esperava-te. 
Não sofri a procurar-te, 
sabia que virias, 
mas outra, com o que adoro 
da mulher que não adorava, 
com teus olhos, tuas mãos e tua boca, 
mas com outro coração, 
que amanheceu a meu lado 
como se sempre tivesse estado ali 
para continuar comigo para sempre.