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Recolho-me na concha
e desabrocho na
ondulação do vento.
Estende o braço.
Abre a mão.
Quero tocar
no oculto da tua roupa.
Trago compassos
que vou abrir
ao alargar o nosso espaço.
Simples raio.
Espaço circular onde,
quando abro os braços
e posso rodopiar.
Puxa-me para ti.
Estás livre.
Solta-me a mão.
Eleva-me do chão.
Posso voar
e rasgar o ar.
Andamos às voltas
para manter acesa a fogueira.
É preciso oxigenar o Amor pois
há fortes riscos de morrer de apneia.
Respira na página
quando te dou corda.
Deixo que a língua fale em silêncio.
É assim que o Amor acorda
sem Solidão.
Anoitece
e dançamos em Sol menor.
Sem dó
Lá num espaço encantado.
Quebra-se o gelo.
Recolhe as estrelas do meu cabelo.
vamos pelas ruas adentro.
Nos reencontraremos,
quando dobrarmos a esquina clara
do desejo que cai no pano
virgem.
Nada receies.
Estarei cá para o ano.







